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#Estupidez #Perigo #CarloMCipiolla
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Nos anos setenta, a cultura empresarial estava no seu máximo. A internet e a informação descentralizada e distribuída ainda eram um sonho distante e o mundo se organizava em grandes empresas e uma das grandes preocupações de todo mundo era o funcionamento dessas estruturas hierárquicas. Surgiram nessa época uma enorme quantidade de livros explicando como gerenciar uma empresa de forma eficiente. Eram livros pomposos de uma espécie de auto-ajuda empresarial, mas coroados de princípios simplistas e, provavelmente, visavam muito mais o trabalhador iniciante do que a pessoa que efetivamente estava administrando uma empresa. Não deixavam de ter alguns principios sinceros e importantes, porém. Só que, ao mesmo tempo, surgiram muitos livros fazendo troça com isso. Mas o mais curioso da história é que muitos dos livros que foram escritos de forma irônica, brincando com o tema, acabaram, posteriormente sendo considerados algo sério. O “princípio da incompetência de Peter” provava que todas as pessoas, inevitavelmente se mostrariam incompetentes ao longo de sua carreira. Falamos sobre isso no vídeo “O que é o princípio da incompetência de Peter?”. É um livro irônico, uma piada, para você dar de presente para aquele seu colega da empresa que é incompetente e fazer brincadeira com isso. Mas que também tem algumas colocações que fazem muito sentido. Mas teve um outro livro que teve uma trajetória particular: as cinco leis da estupidez, de Carlo M. Cipolla. Cipolla foi um economista italiano muito conceituado, principalmente em seus estudos sobre a economia medieval, era professor de Berkley quando escreveu esse livro em 1976, o livro foi um sucesso estrondoso então. Claramente foi escrito com um tom irônico, uma brincadeira. Mas, da mesma forma que no caso do princípio da incompetência de Peter, embora a proposta seja irônica, ela não deixa de levantar alguns questionamentos bastante coerentes, que podem perfeitamente ser aplicados ao mundo real. Assim, embora tivesse objetivo cômico inicialmente, acabou se tornando um livro muito difundido por suas ideias sobre a estupidez humana. Talvez em parte por ser dado de presente a colegas de trabalho meio estúpidos, mas certamente porque também continha algumas ideias interessantes.
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